O presidente da Via Gastronômica de Criciúma, Joster Favero,
se pronunciou por meio de uma nota oficial sobre o delicado momento que vive a
associação. Segundo ele, os estabelecimentos estão há um ano impedidos de
trabalhar devido ao “lockdown”. E ainda, cobrou o poder público sobre a falta
de fiscalização em outros setores da economia que continuam mantendo as
atividades na pandemia e causando aglomerações.
Confira a nota na íntegra:
GASTRONOMIA VIVE LOCKDOWN HÁ 12 MESES
“A Associação Via Gastronômica Criciúma pautada pela defesa
dos empregos e da vida, em meio a este momento ímpar de luta para sobrevivermos
ao coronavírus, e as falências, sofre mais um ato restritivo.
Diante disso, vimos por meio desta carta pública, externar
total desaprovação as medidas injustas e desiguais entre os segmentos
econômicos no que tange as restrições de atuação determinadas pelo Governo do
Estado.
Desde o início da pandemia estamos em lockdown. São 12 meses
de queda livre nas vendas, 12 meses com crescente número de dívidas e baixa de
receita e 12 meses de fiscalização rígida.
Ressaltamos a posição favorável à fiscalização, apoiamos e
estamos preparados para seguir a lei. Determinação esta que deveria ser para
todos os setores econômicos, porém é constante apenas no setor gastronômico.
São 12 meses de dois pesos e duas medidas, setores da economia trabalhando
livremente, sem respeitar as regras sanitárias, aglomerando sem controle,
enquanto nosso segmento continua sendo o mais penalizado.
São 12 meses sem medidas adequadas de socorro financeiro ao
setor gastronômico. Linhas de créditos ineficazes e inacessíveis a maioria das
micro e pequenas empresas do setor. Impostos continuam a serem cobrados, sem
nenhuma sinalização do Poder Público Municipal, Estadual e Federal de
socorro financeiro aos nossos negócios.
Não sendo suficiente o que já estamos sofrendo, somos
surpreendidos com este novo decreto 1.200, estadual, que limita a venda de
bebida alcoólica até as 21 horas. Compreendemos ser uma forma leviana de
decretar mais lockdown apenas para um setor.
Exigimos que os governantes atuem de forma igualitária em
todos os setores: transporte, bancos, supermercados, comércio em geral, e mais
importante; que todos os setores citados, sejam fiscalizados de forma rígida e
imediata. Os ambientes da área gastronômica não são os principais vetores de
contaminação do novo coronavírus e os mais suscetíveis ao contágio. O local de
maior índice de contágio, comprovadamente são as festas clandestinas e
particulares.
Com isso, exigimos que as autoridades competentes
fiscalizem, de forma veemente, esses ambientes da mesma forma que nosso setor é
fiscalizado.
Exigimos, urgentemente, uma linha de crédito específica para
os setores de gastronomia e eventos, com um Refis amplo e imediato dos débitos
pendentes com o Estado.
Esperamos receber no auxílio financeiro o mesmo tratamento
diferenciado que recebemos na fiscalização e nas ações restritivas.
Por fim, não questionamos a gravidade do momento e a
necessidade de salvarmos vidas. Mas, não podemos ser sempre os maiores
penalizados.”