Varginha neste domingo (31), em uma operação em que resultou em 25 mortos, é a mesma que atuou na modalidade do "novo cangaço" em Araçatuba (SP), no mês de agosto; e em Criciúma, em dezembro de 2020.
Os policiais informaram que o objetivo da quadrilha seria
atacar instituições financeiras e transportadoras de valores. O valor do
dinheiro que estaria na mira dos assaltantes não foi informado.
“A forma de se planejar para ação e o material utilizado,
inclusive armamentos e explosivos, tudo leva a crer que seja a mesma quadrilha
de Criciúma e Araçatuba e também possivelmente em Uberaba em 2017”, disse o
tenente-coronel Rodolfo Fernandes, comandante do Batalhão de Operações
Especiais (Bope) da Polícia Militar de Minas Gerais, durante entrevista
coletiva.
Segundo ele, a equipe antibombas da Polícia Militar
identificou uma espécie de “assinatura” na forma de produção e materiais
utilizados nos explosivos.
“Tudo indica ser a mesma quadrilha”, afirmou o comandante.
“Essas quadrilhas são muito organizadas a nível nacional e a maioria das ações
geralmente contam com pelo menos uma pessoa da cidade que fornece a informação
e algum tipo de estrutura mínima [na cidade alvo]”, acrescentou o comandante
Rodolfo Fernandes.
A Polícia Civil de Minas Gerais informou que, pelo nível de
organização, a quadrilha está ligada a uma facção criminosa, embora não tenha
informado o nome desta organização.
Segundo o tenente-coronel Marcos Serpa, que comanda o 24º
Batalhão da PMMG em Varginha, pelo menos cinco dos 25 mortos pelas forças
policiais durante a operação são de Uberaba. “Os outros ainda estão em processo
de investigação [e de identificação]”, afirmou.
Segundo a delegada da Polícia Civil, Renata Gonçalves de
Rezende, aviões partiram de Belo Horizonte e as equipes da polícia médica e
técnica já estão no local para identificar os corpos.
De acordo com a delegada, as investigações ainda estão na
fase inicial, mas já foi possível concluir que a quadrilha contava também com
participação de uma pessoa de Brasília, no Distrito Federal, e de integrantes
de outros estados do país.
Diante de informações da Polícia Rodoviária Federal que
identificou movimentação atípica em direção a Varginha e a constatação que uma
quadrilha estaria se preparando para realizar uma ação na cidade, o Bope
deslocou 22 militares para o município na madrugada deste domingo (31).
Uma vez na cidade do Sul de Minas denúncias feitas pela
população via disque-denúncia informaram movimentações estranhas em sítios na
zona rural, como comboios de carros e um alto número de veículos estacionados,
mas sem movimentação de festa nos locais.
“Conseguimos identificar esse sítio. Definida as táticas de
abordagem pelo Bope e o Grupo de Resposta Rápida [da PRF], fomos recebidos a tiros
e os militares precisaram revidar a injusta agressão para proteger sua vida”,
declarou o tenente-coronel Rodolfo, segundo quem o objetivo inicial era prender
os integrantes da quadrilha.
De acordo com o comanante do Bope, as ações do "novo
cangaço" normalmente são realizadas de domingo para segunda-feira ou de
segunda-feira para terça-feira. Assim, os policiais conseguiram interromper a
ação da quadrilha ainda na fase de planejamento.
No primeiro sítio identificado, 18 criminosos foram mortos.
Os policiais também localizaram um segundo sítio, onde outros sete integrantes
morreram.
Segundo as forças de segurança, os dois locais eram
localizados nos extremos opostos da cidade, presumivelmente para oferecer duas
rotas de fuga diferentes após a ação.
*Com informações de O Tempo.